domingo, 19 de junho de 2011

miss you. - capitulo 4

As aulas estavam passando cada vez mais rápido, ironia do destino aposto. Pelo que sei grande parte da escola sabia que iria para casa de Nicholas hoje. Uma grande perda de tempo, não que eu tenha esquecido.

Escutei o barulho alto do sinal, e quando dei por perceber Nicholas já estava na porta. Arrumei meus livros sobre meus braços e comecei a andar a seu lado.

- Você foi expulso da sala? Não tive tempo de nem ao menos arrumar meu material e você já estava na porta. – resmunguei.

- Minha sala é do lado da sua, esqueceu? – ele sorriu.

- Nunca fiz questão de saber, é diferente. – sorri desdenhosa.

- Você não está num bom humor hoje, não é? – ele pareceu incomodado.

- Acho que nunca estive de bom humor com você do meu lado. – ri baixinho.

- Espero que minha família você trate bem.

- Acho que nunca iria esquecer o que seus pais fizeram por mim. Ao contrário do que sinto por você eu os adoro. Faz tempo que não os vejo. – sorri lembrando seus rostos.

- Eles sempre perguntam de você, caso queira saber.

- Por quê? Eles não sabem o que você fez? - bufei

- Eles não precisam saber.

- Vamos ficar assim então. Eles não sabem e eu não conto, certo?

- Certo. – ele sorriu.

- Não se sinta tão feliz Nicholas. Estou só sendo simpática por que gosto muito dos seus pais.

- Não disse nada. – ele abriu a porta do seu carro. – Entre.

- Obrigada. – resmunguei baixo me acomodando no grande banco de couro.

Nicholas sentou-se o banco do motorista e arrancou com o carro no estacionamento do colégio, seus dedos batiam ritmados de acordo com a música que preenchia o ambiente, havia algo de muito feliz em seus olhos.

Nicholas sempre foi meu melhor amigo e, bom, eu sempre soube de qualquer sintoma que ele expressava e ainda os conhecia muito bem. Ele sempre foi uma pessoa pouco transparente, mas o que anos de amizade não fazem não é? Eu sabia o irritar facilmente em questão de segundos.

- Sabe, eu não sou tão ruim assim em literatura. – ele olhou para o lado enquanto estávamos presos em um farol.

- Jura? Então o que eu faço aqui? – perguntei de soslaio

- Eu preciso de ajuda, e você pode me explicar melhor. Só tenho outras coisas em mente também, como tentar recuperar o tempo que passei longe de você. – suas bochechas coraram e ele sorriu torto.

- Não, eu não vou te perdoar. A não ser que você tenha um bom motivo para isso.

Nicholas estacionou o carro. Estávamos parados em um estacionamento de um parque. Ele mirou seus olhos em mim.

- Quero conversar com você. Hoje e agora, aqui neste parque. Para finalmente resolvermos as coisas.

- Como quiser. – disse fria.

Adentramos o parque e Nicholas procurou o banco mais próximo, parecia ansioso, pois não parava de entrelaçar e deslaçar os próprios dedos. Sentamos-nos e se passado alguns segundos Nicholas resolveu falar.

- Eu vou relatar para você exatamente como ocorreram às coisas, não me interrompa, por favor.

Assenti quieta e mirei meus olhos no rio em nossa frente.

- Eu havia acabado de sair do treino e os garotos estavam comentando exatamente sobre isto. Lembro de Sam perguntando se eu iria e eu neguei. Pouco tempo depois, soube que você iria e, como seu melhor amigo, resolvi ir também. Até por que, você sozinha em uma festa daquela não seria uma boa idéia. – ele parou por alguns instantes. – Quando cheguei à festa, bom, eu não tive tempo de raciocinar direito, pois em poucos segundo eu já conseguia sentir minha cabeça girar. Sam havia dado algo para eu beber, não lembro exatamente o que era só lembro que era colorido. E quando dei por perceber já estava fora de mim e tudo piorou ainda mais quando vi você com o Oliver, e bom, não lembro o que disse, mas sei que não foi agradável para você estar assim comigo. – Ele suspirou baixo e olhou em meus olhos. – Foi isso, eu juro.

Eu permaneci quieta por alguns instantes. Nicholas sempre fora alguém de extrema importância para mim e ele era meu único amigo. No fim das contas eu só não conseguia negar mais a falta que ele fazia.

- Você gritou que eu era órfã e que nunca teria mais uma família, e que eu nunca deixaria de ser a ridícula que eu sou. Ah, e que eu sou a garota mais horrível que você conhecia e não sabia o que o Oliver havia visto em mim. – sorri em sua direção como se não fosse nada, apesar de tudo, não era mesmo.

Seu rosto foi tomado por uma expressão decepcionada.

- Amber, me desculpe! Por favor, eu nunca diria isso e... por deus eu sou um idiota! – ele colocou as mãos em sua nuca.

Eu ri baixinho.

- Não se preocupe, eu já te desculpei. – seus olhos rapidamente voltaram em minha direção e eu corei.

- Jura? AH MEU DEUS! – ele gritou, eu ri.

- Para de ser idiota Nicholas, estão olhando.

- Não importa, por que você é minha melhor amiga novamente e nós vamos comprar doces agora por que você vai lá para casa. – ele riu alto e eu o acompanhei.

- Como nos velhos tempos? – uma pontinha de esperança atingiu minha voz.

- Como se nada houvesse acontecido, cutie. – ele sorriu enquanto passava os braços por minha cintura após ter usado meu antigo apelido.

- Certo, cream. – ri baixinho por ter usado o seu apelido também.